Criminalidade

A violência progride em números

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Santa Maria registrou o 15º assassinato de 2014 na noite de terça-feira. A vítima foi o pedreiro Elbsson Sérgio Gomes de Abreu, 61 anos, alvejado dentro do carro que dirigia, perto de sua casa, no bairro Campestre do Menino Deus (leia mais na página 8). A vítima tem nome, sobrenome e família, mas, ao se somar aos casos de homicídios no município, revela um dado alarmante. Nunca tivemos tantas vítimas de assassinatos em tão pouco tempo.

Os números são assustadores. Em 2013, quando a cidade atingiu a marca histórica de 40 mortes em 12 meses, 10 homicídios foram cometidos entre janeiro e fevereiro. O início de 2014, com 15 ocorrências bateu esse recorde, superando em 50% o número de crimes contra a vida.

Os índices pioram se o número de mortes for comparado com o período entre 2008 e 2011, quando os assassinatos registrados entre janeiro e fevereiro chegaram a, no máximo, 5: um crescimento de até 275%.

Os homicídios dolosos, cometidos com intenção de matar, são a principal referência internacional para medir a violência de uma cidade ou região. E, até ontem, Santa Maria contabilizava um crime desse tipo a cada 3,2 dias – o que fez crescer a sensação de insegurança entre os santa-marienses.

Vulnerabilidade social entre as causas da delinquência
 
As mortes violentas fazem parte das rodas de conversas e de desabafos em redes sociais – e muitos creditam os acontecimentos ao tráfico de drogas e a desavenças entre ex-detentos. A ideia é corroborada pelo tenente-coronel Sidenir Cardoso, comandante do 1º Regimento de Polícia Montada (1º RPMon) da Brigada Militar.

– O cenário (dessas mortes) traz, invariavelmente, dívidas de drogas adquiridas dentro ou fora do sistema prisional. Aí, o preso sai, e a cobrança do traficante vem. A grande coincidência é que todos os mortos por dívidas de drogas tinham passagens pela polícia – comenta.

O militar enfatiza que a polícia tem atuado, fortemente, em locais onde há maior incidência desses crimes:

– Temos feito várias operações visando o desarmamento e atuando em locais onde a incidência foi maior, como na Zona Oeste.

Em levantamento feito pelo Diário sobre o andamento das investigações dos assassinatos de 2014, a Polícia Civil não especifica a motivação da maioria dos crimes. Porém, o delegado regional, Marcelo Arigony, confirma: tráfico e envolvimento em ações criminosas são o ingrediente mais recorrente dos casos desse ano.

– Em todas essas mortes há o componente da vulnerabilidade social: drogas, antecedentes criminais e, acima de tudo, grande parte de envolvimento (dos mortos) com o sistema prisional – argumenta.

O delegado, porém, afirma que a integração entre as polícias e o Instituto Geral de Perícias faz com que se tenha, até o momento, 90% dos casos elucidados.

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